sábado, 19 de julho de 2008

Exercício

Um dia eu disse-lhe: tu já me sabes e mal me conheces. Percebeu. Já me sabia de cor. E temia por mim. Dizia-me: não penses que toda a gente vai perceber. Não penses que vão pensar o melhor de ti. Não vão. Mal me conhecia e já me sabia. Temia por mim. Numa conversa adolescente, falava de intensidade, de uma profundidade que hoje eu sei que mal existe. Que só existe se eu quiser e eu já não quero tantas vezes assim. Porque essa tristeza que passa e não passa já não me dá a mesma graça. Dá-me que fazer. Uma carga de trabalhos. E era isso que ela sabia. E era por isso que ela temia.

1 comentário:

Anónimo disse...

hum?!