quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

I'm Good, I'm Gone

É a Lykke Li a cantar. E eu a rever o Variedades e dois dias de concertos na Avenida. Já antes tinha visto este vídeo. Mérito de quem me dá música. Mais uma vez. Noto um padrão. A música chega-me, é raro procurá-la. Tenho andando a pensar sobre isto. Não sei é se é maior a generosidade de quem me dá música se a preguiça que desconfio ter em procurá-la.

Eu já escrevi mais

mas também já tive menos coisas para fazer.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Diálogos com a neura de outrem

A vida é dura e depois morre-se?

A vida não é sempre dura. A cabeça sim.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O que tu querias

era saber se nos deixando nos deixavas. Não deixas.

Sabes que dia é hoje?

Mas há maneira de me esquecer?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Nada a dizer

sobre a derrota da selecção nacional de futebol
nem sobre Manuela Ferreira Leite

tudo me parece demasiado absurdo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Quem agradece sou eu

Não sei se agradeci a todos os que estiveram na festa. Ficam a saber: estão na minha lista branca.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

É assim Neruda

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

For no one

É por causa dele que estou a ouvir esta canção em repeat.

Porque ele faz parte da minha ronda.

Entre os Dedos

Fui ver. E só havia um deserto. Cinzento, crítico, previsível.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

É um truque

não é mais do que isso. Quando me virem na rua, peçam-me dinheiro para uma sopa. Podem querer dinheiro para droga, podem querer dinheiro para álcool, podem querer dinheiro para tudo o que vos fizer mal ao corpo e à cabeça. Mas peçam-me dinheiro para comida. Porque a isso não digo que não. Ontem foi assim. Entre os Restauradores e o Chiado, pediram-me dinheiro três vezes. Uma vez para uma sopa, outra vez para frutas e uns vegetais. Da primeira vez puxei de um euro. Da segunda vez um euro e trocos. Da terceira vez pediram-me uma ajuda. Disse que não podia. Podia, na verdade, podemos sempre. Mas consegui resistir. Foi só isso: resistir. Resisto a dar dinheiro a quem mo pede. Excepto, cá está, se me pedirem dinheiro para comida. Aí eu não sei fazer outra coisa que não querer muito acreditar que é mesmo para comida, que se eu lhes pagar uma sopa o dia lhes corre melhor. É parvoíce, é verdade. Mas acontece.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Hoje

sou festa. E cedi à pressão: que os parabéns se dão à meia-noite (deixa lá, deixa lá, quero dar-te os parabéns agora, não sejas assim, qual é o mal?, apetece-me! meu amor, tu é que me apeteces), que os presentes se abrem antes de ir dormir, que as mensagens que chegam valem para o dia 10 (porque já passa, já passa da meia-noite, não sejas parva). E hoje sou festa sem ceder. Quero que toda a gente me dê os parabéns. Porque é obra. Viver é obra. E este é o meu dia. E é bom ouvir um telefonema que acaba com gosto de ti, pá. E é bom estares meio a dormir e dizeres mil vezes parabéns. E é bom ver pai e mãe felizes por este dia existir. E é bom, é muito bom.

Ei, sábado fazemos a festa.

sábado, 8 de novembro de 2008

Pois é

Faltam dois dias. Preparem os confétis.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Elogio ao amor

Isto é uma resposta a isto. E, sendo privado, ainda bem que é público. Porque é muito, muito bonito.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Que refrão

Santogold - L.E.S. Artistes

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Não tem mal

Eu posso ser, à vez, da tristeza e da alegria.

Pois é

Faltam cinco dias. E ao mesmo tempo faltam dez.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Spinto Band-Oh Mandy

Agora estou a ouvir isto. E agradeço-to, mesmo com a crítica de que gosto deles porque são bem comportadinhos.

Canções do bandido

Gosto de quem me dá música. Por via das dúvidas, oiço tudo o que mostram. É que se não for bom, pelo menos foi de graça.

Pois é

Faltam seis dias.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Isto não é xenofobia...

Foi no Jornal da Noite ou no Telejornal, eu estava pela cozinha e a imagem fanhosa das entrevistas do DN e da TSF estava na televisão. Manuela Ferreira Leite falava (e isso, por isso só, já faria a notícia). João Marcelino e Paulo Baldaia faziam as perguntas a que a líder do PSD gosta de responder a saca-rolhas. E de súbito há uma resposta que Manuela Ferreira Leite tem na ponta da língua. Quando lhe perguntam (a propósito do investimento que Portugal pretende fazer em obras públicas):

- As obras públicas ajudarão, pelo menos, ao factor desemprego?

Ela responde.

- Ao desemprego de Cabo Verde, desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido.

É grave. É feio. É o que temos?

The Beatles - Eleanor Rigby (1966)

A minha manhã foi esta música. E eu a perguntar-me porque é que não tenho nenhum CD dos Beatles.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

1984

E tu ainda me perguntas porque é que estou há meio ano a ler este livro? Porque os livros, como a música, precisam que eu esteja preparada para eles. E eu precisava mesmo de ir ao concerto de ontem, na Culturgest, para ler este livro até ao fim. Assim. De rajada.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Frases feitas

Incrível como um "temos de comemorar" é tão objectivamente o oposto de um "temos de falar". Comemorar soa a sexo. Falar não. E no entanto.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Benfica ganhou, o Sporting empatou e o Porto perdeu

Está reposta a verdade das coisas. E que divertido vai ser hoje O Dia Seguinte. Noite cheia para o Seara.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Destruir depois de ler

Um actor não é bom actor quando consegue fazer de feio. Não é isso que faz dele bom actor. Isso só faz dele bom de maquilhar. Mas neste filme, Destruir depois de Ler, há um Brad Pitt que, feio, mostra mais uma vez como é bom. Actor.

Vão ver. Vão todos ver.

o sitemer voltou

E voltou graças à dizia ela baixinho do Oito e Coisa. Muito e muito obrigada (ela obrigou-me a fazer isto).

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Eurovision

Se eu fosse dessas coisas, diria que tenho uma relação adúltera com o teatro. A rotina para mim sempre foi ver dança, o extraordinário para mim foi sempre ver teatro. Mas sei que entristecia sem a rotina e que o extraordinário só é extraordinário porque é mais raro. Também tenho uma relação resolvida com o teatro: já vi o suficiente para saber ver o que vejo, mas vi ainda muito pouco para ser arrogante no olhar. Nunca tinha visto os Praga. Nem é meu costume, mas de facto nunca tinha visto os Praga. Vi-os. E o melhor é que nem os vi em Lisboa. Vi-os fora do seu ambiente, num ambiente que já foi meu. Vi-os no lugar onde nasci, que é aquele que tantas vezes me parece o fim do mundo. E vi um trabalho que não é o mais recente, que me dizem que não é o mais impressionante, que poderá não estar em cena muito mais tempo. Gostei muito. E gostar não é pouco. Quando se fala de teatro, quando eu falo de um espectáculo, gostar nem é o meu objectivo. Eu não vejo para gostar. Eu às vezes até vejo para me incomodar. Mas aqui gostei. Gostei do Festival da Canção. Do Pedro Penim. Do texto. Dos textos. Gostei de não me ter doído o corpo, de não ter mudado de posição quarenta vezes. Gostei disso.

Não gostei de ver as pessoas a aplaudir de pé. Porque aquelas pessoas só aplaudiram de pé porque é assim que se diz que se deve fazer. Aquelas pessoas aplaudiram de pé um minuto e depois agarraram nas carteiras e nos casacos e viraram costas. Aplaudiram de pé para se poderem ir embora mais cedo. Falta-lhes perceber ainda muito. Não lhe faltas ver mais teatro, falta-lhes perceber o que é o espectáculo. Para isso, falta-lhes disciplina. Uma disciplina: Educação para a Arte. Não digo Educação pela Arte (isso também , mas fica para outra vez). Educação para a Arte.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sitemeter

No meio de algumas alterações (irrelevantes e que em nada melhoraram o aspecto deste blogue) perdi o sitemeter. Mas... vocês também não são muitos a vir cá, pois não?

sei que é bom teu travo a tudo o que é mortal

É normal ter muitas saudades dos cds que os Ornatos iam fazer mas não chegaram a fazer?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Percebemos que não somos malta do campo quando

Vemos a rama de uma cenoura e achamos que aquilo são ervas daninhas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Efectivamente

Há poucas coisas melhores de fazer que dançar.

Nós ontem dançámos isto. E houve ali uns segundos em que fomos tão estupidamente felizes.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ano zero

About as subtle as an earthquake, I know my mistakes were made for you.

The Last Shadow Puppets

Ah, também não ouvi isto

"Mas sem termos feito uma exibição de encher o olho, frente a uma Albânia que já tinha criado as mesmas dificuldades à Suécia, devo dizer que não sei o que é preciso mais para ganhar um jogo." - Carlos Queiroz (como sei que é difícil acreditar que este senhor de que todos gostamos tanto disse isto, aqui fica a prova)

Eu não vi

Eu não vi a selecção empatar em casa com a Albânia. Eu não vi a selecção jogar contra dez e não conseguir mostrar de que lado estava a técnica, a táctica, o talento. Eu não vi o Cristiano Ronaldo virar-se para o público a reclamar por estar a ser assobiado. Eu não vi o Hugo Almeida.

Eu vi um jogo de futebol que envergonhou. Eu vi um jogo de futebol? Não vi.

Pensei que era o Inimigo Público a chegar mais cedo

Mas não era. A notícia está no Público de hoje: "A polémica instalou-se na blogosfera e no YouTube. Em acções de formação promovidas pelo Ministério da Educação, professores foram convidados a inventar canções de louvor ao computador Magalhães." O vídeo está aqui. E é inenarrável. Não se convida um professor a inventar uma canção de louvor ao computador Magalhães. Quanto mais não seja porque ele pode aceitar.

P.S. (tão a propósito, PS...) Se entretanto o Público online encontrar uma notícia mais surreal que esta e substituir o vídeo, aqui fica uma amostra.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Caderno de viagens

No comboio, suspeito: não há como viver perto do mar. No metro, sem precisar de pensar muito, concluo: abaixo do chão só há desperdício. E é por isto e por outras coisas que viver nos subúrbios não é igual para toda a gente. Paço d' Arcos, Oeiras ou Parede não são iguais a Senhor Roubado, Olival Basto ou Odivelas.

Eu tenho um post para escrever

Tenho, tenho.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Futilidades

A pipoca mais doce anda louca. Não ela exactamente, mas o blogue dela, os leitores dela. Tudo porque a pipoca gosta de sapatos (a pipoca, essa entidade que na verdade é uma pessoa de carne e osso, que eu todos os dias vejo comer e escrever e bocejar - e que sorte que eu tenho, não é?). A minha questão é: quem é que ainda não tinha percebido que os blogues são, na essência e no propósito, exercícios de vaidade? Os blogues existem porque achamos todos (os que têm blogues e os que não têm) que aquilo que temos para dizer tem muito interesse. Se não fosse assim, contentávamo-nos com as conversas que temos nas horas mortas dos casamentos. Não nos contentamos. Gostamos de partilhar. E há pessoas, como a Pipoca, que gostam de partilhar sapatos (note-se que isto é uma metáfora para algo muito maior - dos sapatos à luta pelos direitos iguais entre homens e mulheres). Foi a escolha dela, não é? Portanto, vão destilar ódio para outros lados, pode ser? Até porque... quem, mas quem, é que perde tempo de vida a tecer duras críticas altamente fundamentadas a um blogger? Para quê? Fazem-me lembrar os jogadores de futebol. Não há memória de um árbitro ter dito a um jogador de futebol: "Sim, senhor, tem toda a razão em protestar, vou já retirar este cartão amarelo que acabei de lhe mostrar, onde é que eu tinha a cabeça?" Portanto... quem é que acha que um blogger vai mudar tudo na sua vida para agradar a um leitor que a maior parte das vezes até é anónimo? Não foi para isso que os blogues se criaram. Os blogues criaram-se, repito, para que que todos possamos ser um bocadinho mais vaidosos. E na nossa vaidade cabem todos os sapatos do mundo. Não há futilidade nisso.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Não votem

Encontrei-o por acaso num blogue. Dizia qualquer coisa como "isto sim é campanha". E é verdade: isto sim é campanha.

Ah... acho que eles não falam aqui em disciplina de voto. Estranho.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Humilhação

Provavelmente era só uma birra de miúda. Uma daquelas birras parvas que os miúdos fazem por causa de uma pastilha elástica. Mas também podia ser uma daquelas birras parvas que os miúdos fazem quando querem a atenção que deviam ter mas não têm. Não sei. O que sei é que aqueles cinco minutos de choro soluçado, a cara encostada ao vidro do autocarro, os olhos já inchados, não foram cinco minutos de aprendizagem para a vida. Aquela miúda chorava e a mãe ria. Mas não ria de outra coisa, ria da miúda. E não ria com ela, ria dela, com o homem que ia ao lado e que pela fisionomia não parecia pai dela. (Também não parecia pai dela porque os pais, com as miúdas, costumam ser pudins flã de tanto mimo) A mãe ria da miúda. Eu ainda olhei para trás. Eu ainda acredito que as pessoas, quando observadas a fazer asneiras, têm vergonha. Mas eu sou parva. A mãe ria da miúda sem parar. Parou. Mas parou para lhe dizer isto: "Queres que toda a gente olhe para ti, não é? A menina está a chorar. Pessoal, olhem para a menina a chorar." A miúda calou-se. E a mãe disse: "Agora já não choras?"

É, podia ser só uma birra de miúda.

Notícia de última hora

A Bolsa de Lisboa registou hoje a sua maior queda do ano, liderando a tendência na Europa face à ausência de resposta conjunta da União Europeia à crise financeira internacional.

Eu já tenho o meu plano. Vou mudar-me para os lados do Ribatejo ou Alentejo ou mesmo Algarve e dedicar-me a uma pequena horta que me permita viver do que cultivar. Vou investir tudo o que tenho em sementinhas. É o fim, senhores. E quem tiver uma horta terá tudo.

Zé Carlos

O novo programa dos Gato Fedorento não é novo. É velho, gasto, sem graça. E sabem que mais? Não me surpreendeu.

Apesar de não parecer, isto até é uma boa notícia. Eu explico: até agora, havia no mundo três pessoas que não diziam bem dos Gato Fedorento. Eu e mais duas. Desconfio que isso acabou. Vamos ser mais. Vamos ser mais fortes.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Benfica e as vitórias

Já não estávamos habituados. A verdade é essa. Já não nos lembrávamos de ter um treinador e onze jogadores inteligentes, a querer ganhar, a saber ganhar.

Um dia vou ter orgulho de ser do Benfica. Hoje é o dia.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Flash Mob

O texto não é meu, anda a circular e é para rodar Lisboa, o país e o mundo (sinto-me muito Rodrigo Guedes de Carvalho neste momento). Portanto, aqui fica:

O que é uma flash mob? São multidões de pessoas, num sítio público, que realizam uma acção previamente combinada e que devem dispersar por completo após a realização do proposto. Que devo fazer? Deves levar uma folha em branco e uma caneta. Às 19h30, deves escrever na folha em branco "Acesso ao Casamento Civil", e de seguida erguer a folha para que todas e todos a possam ler. Ao fim de um minuto, deves dispersar, como se nada tivesse acontecido.

1ª Flash Mob pelo acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, quinta, dia 2, em frente à Brasileira, às 19h30. Leva folha branca e caneta para escreveres "Acesso ao Casamento Civil". Deves dispersar no minuto seguinte!

2ª Flash Mob pelo acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, quarta, dia 8, na praça do Rossio, às 19h30. Leva folha branca e caneta para escreveres "Acesso ao Casamento Civil". Deves dispersar no minuto seguinte!

Portanto, meus caros, toca a dispersar.

Regresso

Não vou falar do meu amor. O meu amor fala por si.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Conhecimentos

Há quem cá tenha vindo por causa da Cocó, mas também há quem cá tenha vindo por causa da Pipoca (e, arrisco, por causa da Paracuca), apressam-se os leitores a explicar. Por isso, meus caros, vos digo: isto não são amigas. Isto é a verdadeira máfia de saltos altos.

domingo, 28 de setembro de 2008

A festa

Uma festa é mesmo boa quando chego a casa e mal sinto os pés. Quer dizer que dancei. Muito. E como eu só danço com as minhas amigas (é, eu disse amigas) isso quer dizer que a festa foi bonita, pá. Obrigada, Time Out (espera, eu estou a agradecer porquê?, ah, pois é, é para fazer publicidade para ver se não fico sem emprego nos próximos tempos). Agora... é o jantar de Natal, não é?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Irrefutável

Não interessa o que se faz (e se se faz bem ou mal), interessa quem se conhece. A cocó (http://www.coconafralda.blogspot.com) falou no texto abaixo e, de súbito, este blogue teve quase tantas visitas como as que imaginei nos meus melhores sonhos. É a força que o cocó tem.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Nos últimos dias, todos os dias

Entro em discussões sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entro porque interessa. Porque é preciso. Porque de cada vez que alguém agride alguém isso também me diz respeito. Por isso:

Paremos todos de dizer que se está a discutir o casamento gay, o casamento homossexual ou o casamento entre homossexuais. O que se está a discutir é o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por agora, em Portugal, dois homossexuais podem casar-se (numa igreja, numa praia, num cartório, no quintal). O que ainda não acontece em Portugal (e note-se que o ainda tem que ter aqui muita força) é o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O que ainda não acontece em Portugal é o acesso ao casamento civil por parte de todos. Ou seja, o que se discute são direitos fundamentais, não copos de água.

Há um sentimento primário que não entendo no meio disto tudo. O que incomoda tanto tanta gente que ao seu lado alguém queira ser feliz? O que incomoda tanto tanta gente que alguém queira comprometer-se perante a lei e o Estado a cumprir como marido ou mulher (como cônjuge)? Porque é que de cada vez que se fala sobre isto há alguém que diz que não acha bem, que lhe faz impressão, que lhe dá nojo? De onde, de que lugar no cérebro, lhe vem esta ideia?

Quando Espanha (que nem sequer é bem um país) aprovou a lei que permitia o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o primeiro-ministro José Luis Zapatero disse, perante os deputados, que aquela lei pretendia construir um país "mais decente". Porquê? Porque, para Zapatero, "uma sociedade decente é aquela que não humilha os seus membros". E pronto, é isto, só isto. É só esta a ideia que nos falta perceber. Será que é preciso chamar cá o Zapatero?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Spoiler

Quando eu não escrevo é porque não quero. Não é porque não tenho tempo, não tenho ideias, não tenho respeito pelas mil e quatrocentas pessoas que cá vêm todos os dias. Não é. É porque não quero. E o não querer tem muita força em mim.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Declaração de amor

"Por ela assalto a caixa de esmolas."

E se pensarmos que esta frase foi dita por um GNR.

Receita

Andava com saudades de mim. Peguei nos meus CDs de sempre. Passou.

Precipitação

Acho sempre que me estão a fazer mal se de repente não me fazem bem.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

De manhã, na caminha

Ou num estádio vazio.
Num pavilhão sem correntes de ar.
Numa competição mais ao nosso jeito.
Numa égua sem acessos de histeria.

Aí é que os portugueses davam o baile aos chineses. Mas como as condições não estão reunidas, nada feito. E fazemos o que sabemos fazer melhor: dizemos asneiras a achar que não tem mal. Mas tem. Perder é desporto, dizer parvoíces não.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Uma referência

Sobre ser (e não ser) de esquerda, o primeiro de uma série de posts em:

http://bardo-e-mestre.blogspot.com/

domingo, 10 de agosto de 2008

Um recado (para duas)

Às vezes o coração e a cabeça precisam de tunning.

Intercidades, regresso

Mais do que uma pessoa a chorar, comove-me uma pessoa a segurar as lágrimas. Há nessa vontade de não chorar muito mais tristeza.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Por exemplo

A cor. Eu nunca fui muito de cor de rosa. Até tenho umas teorias sobre o rosa e o azul. Porque é que me deu para isto?

Teste, 1, 2 (e muitos que hão-de vir)

Eu ainda não sei o que quero deste blogue. Por isso, meus amigos, preparem-se para encontrar a casa desarrumada muitas vezes.

Há sempre um lado bom

O lado bom de não ter leitores é não ter também aqueles chatos que dizem mal de tudo o que uma pessoa escreve.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Post foleiro (mas com uma dialéctica profunda)

Em São Pedro do Corval há uma estrada. Essa estrada é o maior centro oleiro do país. Arrisco: do mundo. Nessa estrada não há uma nem duas olarias. Há dez. E eu e tu contámo-las a todas, uma a uma. Para quê? Para nada. Para rirmos juntos. E rirmos juntos às vezes é tudo.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Amostra

Mais uma amostra de como viajar é tão bom. Mil quilómetros só num círculo do Alentejo. Quero mais. Quero ser mais feliz assim.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dias assim

Há dias assim. Em que me apetecia fazer vídeos, escrever guiões, desenhar páginas. Eu sei que gosto do que faço. Mas também sei que ainda não faço tudo. E às vezes não fazer tudo é fazer pouco.

Boatos

Porque é que os boatos sobre a comunicação do Presidente da República ao país acabaram por ser tão mais interessantes que a comunicação em si?

Nota mental

É o que a maior parte das pessoas tem a meio do mês.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A propósito do Chico Buarque

Dei por mim, hoje, a pensar (e, depois, a confidenciar):

A joão às vezes faz-me muita falta no trabalho. Não sei bem porquê. Quer dizer, sei. É porque olhava para ela quando trabalhávamos juntas e não pensava em trabalho, pensava em música brasileira, em coisas que só dão prazer.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Injustiça

Hoje, no meu primeiro emprego, até tive uma hora extraordinária. Sentei-me num sofá giro, numa casa gira, com um rapaz cheio de ideias giras na cabeça. Dias assim precisam-se e eu queixo-me, mas agora faço justiça: às vezes, como hoje, acontecem. E é tão melhor assim.

Se eu tivesse um segundo emprego

Queria que ele fosse cheio de horas extraordinárias.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Preconceito primário

No metro, um homem diz de repente: "Muita sorte para todos. Que Alá esteja convosco." Na minha cabeça o que surge é isto: "E se este gajo se fizesse explodir agora?"

Não sei se por causa de algum olhar assustado entre os passageiros, ele acrescenta: "Alá quer dizer Deus, Alá quer dizer Deus."

terça-feira, 22 de julho de 2008

Cubo mágico

És uma estrutura. E podes destruir-te para te construires depois. Podes desacreditar para voltar a acreditar. Tudo num gesto sistemático, como inspirar e expirar. Vai cansar-te, vais querer desistir, mas tu também não desistes de respirar, pois não? (Não desistas nunca) És um cubo mágico e para as tuas peças ficarem alinhadas vais ter de resolver um quebra-cabeças. Tens todas as cores. És preto. Negro. Mas és cor de laranja da cor da festa. Só tens de dar o tiro de partida. Disparar para o ar milhões de confettis. E depois recolhê-los quando não te apetecer comemorar mais. És uma estrutura. Mas não és estanque. Desmancha-te. Desfaz-te. Vê-te em bocados. Depois faz-te inteiro outra vez. Eu espero.

sábado, 19 de julho de 2008

Desafio

Desafio todo e qualquer director de programação da SIC e da TVI a ficar acordado de madrugada a ver os programas que põe no ar. Pago para ver (e este é provavelmente o melhor trocadilho que podia sair deste post, visto que os programas da SIC e da TVI supracitados são aqueles que dão dinheiro em barda).

Exercício

Um dia eu disse-lhe: tu já me sabes e mal me conheces. Percebeu. Já me sabia de cor. E temia por mim. Dizia-me: não penses que toda a gente vai perceber. Não penses que vão pensar o melhor de ti. Não vão. Mal me conhecia e já me sabia. Temia por mim. Numa conversa adolescente, falava de intensidade, de uma profundidade que hoje eu sei que mal existe. Que só existe se eu quiser e eu já não quero tantas vezes assim. Porque essa tristeza que passa e não passa já não me dá a mesma graça. Dá-me que fazer. Uma carga de trabalhos. E era isso que ela sabia. E era por isso que ela temia.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O fim do mundo não é o Alasca

O fim do mundo é onde as pessoas não saem à rua. Onde se fecham em casa mesmo que seja Verão. Onde a rádio só passa grandes hits dos anos 90. Onde o único ruído que se ouve é o de carros em movimento (porque estacionar seria parar, ficar, estar - e no fim do mundo o objectivo é andar por andar). O fim do mundo não é o Alasca porque o fim do mundo é aqui. Ou lá, onde eu nasci. Onde, percebi agora, já não há ideias. Nem esperança. O lugar onde eu nasci é mais bonito hoje que há vinte anos, mas não tem mais ideias do que há dez. E eu não podia viver no lugar onde nasci porque ele não me sabe a casa. Sabe-me a pouco.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Your anger is a gift

Eu nunca pensei perceber Rage Against The Machine. Muito menos imaginei gostar. Mas quando se vê um concerto com locução contínua, explicações ao segundo e traduções rigorosas de refrões de oito versos é impossível não perceber para lá das frases gritadas. Quando acabou eu já gostava. E não é exagero: gostava mesmo.

Algés, 00.03

Parabéns. Não queria estar noutro sítio.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ensaio

Tu nem sabes, mas eu comecei a amar-te ao som de The National.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Impressionante

Em dois dias falei de gente gira, dos Morangos, da Time Out e da Oprah. Eu juro, juro mesmo, que este blogue não quer ser fútil.

Notícia de última hora

A Oprah já deu o que tinha a dar. Que era coisa nenhuma.

Ah, é verdade...

A coisa mais estranha que me aconteceu?
Comemorar um ano de revista a limpar a lama da minha secretária.

Febras e humidade

Foi a isto que a Time Out ficou a cheirar depois do fogo no prédio do lado. Foi triste? Não. Foi estúpido? Foi. E se alguém acha que aquilo não foi fogo posto... ora faça o favor de tomar outro comprimido.

Futilidades

Despachemos as futilidades para ganharmos em intimidade: se estiver sozinha em casa à hora dos Morangos, vejo. E o que é que isso diz de mim? Coisa boa não é.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Post pós-poético

Cumprido o post que mostra que sei fazer trocadilhos e raciocínios circulares (e até encontrar algum sentido na brincadeira), vamos lá a isto: este blogue surge para calar gente (gira, mas chata) que me rodeia. É que já não vos conseguia ouvir. "E porque é que não tens um blogue?", "E não gostavas de escrever num blogue só teu?", "E como é que eu sei da tua vida se tu não tiveres um blogue?". Pronto, está aqui. Habituem-se.

Perante o riso geral

Eu tenho tantas coisas para dizer. A primeira: não me comprometo a dizer o que quer que seja.