sexta-feira, 25 de julho de 2008

A propósito do Chico Buarque

Dei por mim, hoje, a pensar (e, depois, a confidenciar):

A joão às vezes faz-me muita falta no trabalho. Não sei bem porquê. Quer dizer, sei. É porque olhava para ela quando trabalhávamos juntas e não pensava em trabalho, pensava em música brasileira, em coisas que só dão prazer.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Injustiça

Hoje, no meu primeiro emprego, até tive uma hora extraordinária. Sentei-me num sofá giro, numa casa gira, com um rapaz cheio de ideias giras na cabeça. Dias assim precisam-se e eu queixo-me, mas agora faço justiça: às vezes, como hoje, acontecem. E é tão melhor assim.

Se eu tivesse um segundo emprego

Queria que ele fosse cheio de horas extraordinárias.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Preconceito primário

No metro, um homem diz de repente: "Muita sorte para todos. Que Alá esteja convosco." Na minha cabeça o que surge é isto: "E se este gajo se fizesse explodir agora?"

Não sei se por causa de algum olhar assustado entre os passageiros, ele acrescenta: "Alá quer dizer Deus, Alá quer dizer Deus."

terça-feira, 22 de julho de 2008

Cubo mágico

És uma estrutura. E podes destruir-te para te construires depois. Podes desacreditar para voltar a acreditar. Tudo num gesto sistemático, como inspirar e expirar. Vai cansar-te, vais querer desistir, mas tu também não desistes de respirar, pois não? (Não desistas nunca) És um cubo mágico e para as tuas peças ficarem alinhadas vais ter de resolver um quebra-cabeças. Tens todas as cores. És preto. Negro. Mas és cor de laranja da cor da festa. Só tens de dar o tiro de partida. Disparar para o ar milhões de confettis. E depois recolhê-los quando não te apetecer comemorar mais. És uma estrutura. Mas não és estanque. Desmancha-te. Desfaz-te. Vê-te em bocados. Depois faz-te inteiro outra vez. Eu espero.

sábado, 19 de julho de 2008

Desafio

Desafio todo e qualquer director de programação da SIC e da TVI a ficar acordado de madrugada a ver os programas que põe no ar. Pago para ver (e este é provavelmente o melhor trocadilho que podia sair deste post, visto que os programas da SIC e da TVI supracitados são aqueles que dão dinheiro em barda).

Exercício

Um dia eu disse-lhe: tu já me sabes e mal me conheces. Percebeu. Já me sabia de cor. E temia por mim. Dizia-me: não penses que toda a gente vai perceber. Não penses que vão pensar o melhor de ti. Não vão. Mal me conhecia e já me sabia. Temia por mim. Numa conversa adolescente, falava de intensidade, de uma profundidade que hoje eu sei que mal existe. Que só existe se eu quiser e eu já não quero tantas vezes assim. Porque essa tristeza que passa e não passa já não me dá a mesma graça. Dá-me que fazer. Uma carga de trabalhos. E era isso que ela sabia. E era por isso que ela temia.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O fim do mundo não é o Alasca

O fim do mundo é onde as pessoas não saem à rua. Onde se fecham em casa mesmo que seja Verão. Onde a rádio só passa grandes hits dos anos 90. Onde o único ruído que se ouve é o de carros em movimento (porque estacionar seria parar, ficar, estar - e no fim do mundo o objectivo é andar por andar). O fim do mundo não é o Alasca porque o fim do mundo é aqui. Ou lá, onde eu nasci. Onde, percebi agora, já não há ideias. Nem esperança. O lugar onde eu nasci é mais bonito hoje que há vinte anos, mas não tem mais ideias do que há dez. E eu não podia viver no lugar onde nasci porque ele não me sabe a casa. Sabe-me a pouco.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Your anger is a gift

Eu nunca pensei perceber Rage Against The Machine. Muito menos imaginei gostar. Mas quando se vê um concerto com locução contínua, explicações ao segundo e traduções rigorosas de refrões de oito versos é impossível não perceber para lá das frases gritadas. Quando acabou eu já gostava. E não é exagero: gostava mesmo.

Algés, 00.03

Parabéns. Não queria estar noutro sítio.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ensaio

Tu nem sabes, mas eu comecei a amar-te ao som de The National.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Impressionante

Em dois dias falei de gente gira, dos Morangos, da Time Out e da Oprah. Eu juro, juro mesmo, que este blogue não quer ser fútil.

Notícia de última hora

A Oprah já deu o que tinha a dar. Que era coisa nenhuma.

Ah, é verdade...

A coisa mais estranha que me aconteceu?
Comemorar um ano de revista a limpar a lama da minha secretária.

Febras e humidade

Foi a isto que a Time Out ficou a cheirar depois do fogo no prédio do lado. Foi triste? Não. Foi estúpido? Foi. E se alguém acha que aquilo não foi fogo posto... ora faça o favor de tomar outro comprimido.

Futilidades

Despachemos as futilidades para ganharmos em intimidade: se estiver sozinha em casa à hora dos Morangos, vejo. E o que é que isso diz de mim? Coisa boa não é.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Post pós-poético

Cumprido o post que mostra que sei fazer trocadilhos e raciocínios circulares (e até encontrar algum sentido na brincadeira), vamos lá a isto: este blogue surge para calar gente (gira, mas chata) que me rodeia. É que já não vos conseguia ouvir. "E porque é que não tens um blogue?", "E não gostavas de escrever num blogue só teu?", "E como é que eu sei da tua vida se tu não tiveres um blogue?". Pronto, está aqui. Habituem-se.

Perante o riso geral

Eu tenho tantas coisas para dizer. A primeira: não me comprometo a dizer o que quer que seja.