sexta-feira, 31 de outubro de 2008

1984

E tu ainda me perguntas porque é que estou há meio ano a ler este livro? Porque os livros, como a música, precisam que eu esteja preparada para eles. E eu precisava mesmo de ir ao concerto de ontem, na Culturgest, para ler este livro até ao fim. Assim. De rajada.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Frases feitas

Incrível como um "temos de comemorar" é tão objectivamente o oposto de um "temos de falar". Comemorar soa a sexo. Falar não. E no entanto.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Benfica ganhou, o Sporting empatou e o Porto perdeu

Está reposta a verdade das coisas. E que divertido vai ser hoje O Dia Seguinte. Noite cheia para o Seara.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Destruir depois de ler

Um actor não é bom actor quando consegue fazer de feio. Não é isso que faz dele bom actor. Isso só faz dele bom de maquilhar. Mas neste filme, Destruir depois de Ler, há um Brad Pitt que, feio, mostra mais uma vez como é bom. Actor.

Vão ver. Vão todos ver.

o sitemer voltou

E voltou graças à dizia ela baixinho do Oito e Coisa. Muito e muito obrigada (ela obrigou-me a fazer isto).

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Eurovision

Se eu fosse dessas coisas, diria que tenho uma relação adúltera com o teatro. A rotina para mim sempre foi ver dança, o extraordinário para mim foi sempre ver teatro. Mas sei que entristecia sem a rotina e que o extraordinário só é extraordinário porque é mais raro. Também tenho uma relação resolvida com o teatro: já vi o suficiente para saber ver o que vejo, mas vi ainda muito pouco para ser arrogante no olhar. Nunca tinha visto os Praga. Nem é meu costume, mas de facto nunca tinha visto os Praga. Vi-os. E o melhor é que nem os vi em Lisboa. Vi-os fora do seu ambiente, num ambiente que já foi meu. Vi-os no lugar onde nasci, que é aquele que tantas vezes me parece o fim do mundo. E vi um trabalho que não é o mais recente, que me dizem que não é o mais impressionante, que poderá não estar em cena muito mais tempo. Gostei muito. E gostar não é pouco. Quando se fala de teatro, quando eu falo de um espectáculo, gostar nem é o meu objectivo. Eu não vejo para gostar. Eu às vezes até vejo para me incomodar. Mas aqui gostei. Gostei do Festival da Canção. Do Pedro Penim. Do texto. Dos textos. Gostei de não me ter doído o corpo, de não ter mudado de posição quarenta vezes. Gostei disso.

Não gostei de ver as pessoas a aplaudir de pé. Porque aquelas pessoas só aplaudiram de pé porque é assim que se diz que se deve fazer. Aquelas pessoas aplaudiram de pé um minuto e depois agarraram nas carteiras e nos casacos e viraram costas. Aplaudiram de pé para se poderem ir embora mais cedo. Falta-lhes perceber ainda muito. Não lhe faltas ver mais teatro, falta-lhes perceber o que é o espectáculo. Para isso, falta-lhes disciplina. Uma disciplina: Educação para a Arte. Não digo Educação pela Arte (isso também , mas fica para outra vez). Educação para a Arte.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sitemeter

No meio de algumas alterações (irrelevantes e que em nada melhoraram o aspecto deste blogue) perdi o sitemeter. Mas... vocês também não são muitos a vir cá, pois não?

sei que é bom teu travo a tudo o que é mortal

É normal ter muitas saudades dos cds que os Ornatos iam fazer mas não chegaram a fazer?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Percebemos que não somos malta do campo quando

Vemos a rama de uma cenoura e achamos que aquilo são ervas daninhas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Efectivamente

Há poucas coisas melhores de fazer que dançar.

Nós ontem dançámos isto. E houve ali uns segundos em que fomos tão estupidamente felizes.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ano zero

About as subtle as an earthquake, I know my mistakes were made for you.

The Last Shadow Puppets

Ah, também não ouvi isto

"Mas sem termos feito uma exibição de encher o olho, frente a uma Albânia que já tinha criado as mesmas dificuldades à Suécia, devo dizer que não sei o que é preciso mais para ganhar um jogo." - Carlos Queiroz (como sei que é difícil acreditar que este senhor de que todos gostamos tanto disse isto, aqui fica a prova)

Eu não vi

Eu não vi a selecção empatar em casa com a Albânia. Eu não vi a selecção jogar contra dez e não conseguir mostrar de que lado estava a técnica, a táctica, o talento. Eu não vi o Cristiano Ronaldo virar-se para o público a reclamar por estar a ser assobiado. Eu não vi o Hugo Almeida.

Eu vi um jogo de futebol que envergonhou. Eu vi um jogo de futebol? Não vi.

Pensei que era o Inimigo Público a chegar mais cedo

Mas não era. A notícia está no Público de hoje: "A polémica instalou-se na blogosfera e no YouTube. Em acções de formação promovidas pelo Ministério da Educação, professores foram convidados a inventar canções de louvor ao computador Magalhães." O vídeo está aqui. E é inenarrável. Não se convida um professor a inventar uma canção de louvor ao computador Magalhães. Quanto mais não seja porque ele pode aceitar.

P.S. (tão a propósito, PS...) Se entretanto o Público online encontrar uma notícia mais surreal que esta e substituir o vídeo, aqui fica uma amostra.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Caderno de viagens

No comboio, suspeito: não há como viver perto do mar. No metro, sem precisar de pensar muito, concluo: abaixo do chão só há desperdício. E é por isto e por outras coisas que viver nos subúrbios não é igual para toda a gente. Paço d' Arcos, Oeiras ou Parede não são iguais a Senhor Roubado, Olival Basto ou Odivelas.

Eu tenho um post para escrever

Tenho, tenho.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Futilidades

A pipoca mais doce anda louca. Não ela exactamente, mas o blogue dela, os leitores dela. Tudo porque a pipoca gosta de sapatos (a pipoca, essa entidade que na verdade é uma pessoa de carne e osso, que eu todos os dias vejo comer e escrever e bocejar - e que sorte que eu tenho, não é?). A minha questão é: quem é que ainda não tinha percebido que os blogues são, na essência e no propósito, exercícios de vaidade? Os blogues existem porque achamos todos (os que têm blogues e os que não têm) que aquilo que temos para dizer tem muito interesse. Se não fosse assim, contentávamo-nos com as conversas que temos nas horas mortas dos casamentos. Não nos contentamos. Gostamos de partilhar. E há pessoas, como a Pipoca, que gostam de partilhar sapatos (note-se que isto é uma metáfora para algo muito maior - dos sapatos à luta pelos direitos iguais entre homens e mulheres). Foi a escolha dela, não é? Portanto, vão destilar ódio para outros lados, pode ser? Até porque... quem, mas quem, é que perde tempo de vida a tecer duras críticas altamente fundamentadas a um blogger? Para quê? Fazem-me lembrar os jogadores de futebol. Não há memória de um árbitro ter dito a um jogador de futebol: "Sim, senhor, tem toda a razão em protestar, vou já retirar este cartão amarelo que acabei de lhe mostrar, onde é que eu tinha a cabeça?" Portanto... quem é que acha que um blogger vai mudar tudo na sua vida para agradar a um leitor que a maior parte das vezes até é anónimo? Não foi para isso que os blogues se criaram. Os blogues criaram-se, repito, para que que todos possamos ser um bocadinho mais vaidosos. E na nossa vaidade cabem todos os sapatos do mundo. Não há futilidade nisso.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Não votem

Encontrei-o por acaso num blogue. Dizia qualquer coisa como "isto sim é campanha". E é verdade: isto sim é campanha.

Ah... acho que eles não falam aqui em disciplina de voto. Estranho.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Humilhação

Provavelmente era só uma birra de miúda. Uma daquelas birras parvas que os miúdos fazem por causa de uma pastilha elástica. Mas também podia ser uma daquelas birras parvas que os miúdos fazem quando querem a atenção que deviam ter mas não têm. Não sei. O que sei é que aqueles cinco minutos de choro soluçado, a cara encostada ao vidro do autocarro, os olhos já inchados, não foram cinco minutos de aprendizagem para a vida. Aquela miúda chorava e a mãe ria. Mas não ria de outra coisa, ria da miúda. E não ria com ela, ria dela, com o homem que ia ao lado e que pela fisionomia não parecia pai dela. (Também não parecia pai dela porque os pais, com as miúdas, costumam ser pudins flã de tanto mimo) A mãe ria da miúda. Eu ainda olhei para trás. Eu ainda acredito que as pessoas, quando observadas a fazer asneiras, têm vergonha. Mas eu sou parva. A mãe ria da miúda sem parar. Parou. Mas parou para lhe dizer isto: "Queres que toda a gente olhe para ti, não é? A menina está a chorar. Pessoal, olhem para a menina a chorar." A miúda calou-se. E a mãe disse: "Agora já não choras?"

É, podia ser só uma birra de miúda.

Notícia de última hora

A Bolsa de Lisboa registou hoje a sua maior queda do ano, liderando a tendência na Europa face à ausência de resposta conjunta da União Europeia à crise financeira internacional.

Eu já tenho o meu plano. Vou mudar-me para os lados do Ribatejo ou Alentejo ou mesmo Algarve e dedicar-me a uma pequena horta que me permita viver do que cultivar. Vou investir tudo o que tenho em sementinhas. É o fim, senhores. E quem tiver uma horta terá tudo.

Zé Carlos

O novo programa dos Gato Fedorento não é novo. É velho, gasto, sem graça. E sabem que mais? Não me surpreendeu.

Apesar de não parecer, isto até é uma boa notícia. Eu explico: até agora, havia no mundo três pessoas que não diziam bem dos Gato Fedorento. Eu e mais duas. Desconfio que isso acabou. Vamos ser mais. Vamos ser mais fortes.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Benfica e as vitórias

Já não estávamos habituados. A verdade é essa. Já não nos lembrávamos de ter um treinador e onze jogadores inteligentes, a querer ganhar, a saber ganhar.

Um dia vou ter orgulho de ser do Benfica. Hoje é o dia.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Flash Mob

O texto não é meu, anda a circular e é para rodar Lisboa, o país e o mundo (sinto-me muito Rodrigo Guedes de Carvalho neste momento). Portanto, aqui fica:

O que é uma flash mob? São multidões de pessoas, num sítio público, que realizam uma acção previamente combinada e que devem dispersar por completo após a realização do proposto. Que devo fazer? Deves levar uma folha em branco e uma caneta. Às 19h30, deves escrever na folha em branco "Acesso ao Casamento Civil", e de seguida erguer a folha para que todas e todos a possam ler. Ao fim de um minuto, deves dispersar, como se nada tivesse acontecido.

1ª Flash Mob pelo acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, quinta, dia 2, em frente à Brasileira, às 19h30. Leva folha branca e caneta para escreveres "Acesso ao Casamento Civil". Deves dispersar no minuto seguinte!

2ª Flash Mob pelo acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, quarta, dia 8, na praça do Rossio, às 19h30. Leva folha branca e caneta para escreveres "Acesso ao Casamento Civil". Deves dispersar no minuto seguinte!

Portanto, meus caros, toca a dispersar.

Regresso

Não vou falar do meu amor. O meu amor fala por si.